
Turner (Snow storm: Hannibal and his army crossing the Alps)
Diante da mais absoluta ignorância com a qual freqüentemente me deparo, diante dos olhares bovinos que me encaram quando falo de coisas como um quadro que julgo belo, diante da mais estúpida animalidade bárbara da colônia imersa no mais raso domínio sistêmico e técnico, só me resta Turner. E eis que lhes mostro, irônico, o quadro acima. Mas não obtenho resposta nenhuma. São bárbaros, são bois de carga que nada vêem. Metalinguagem, nem sabem o que é. Pergunto: De onde tiram suas emoções, então? Obtenho respostas singelas e quase todas burras: “De um cartão de aniversário; de um carro de som que toca bem alto só para mim; de um poema lido no Dia das mães”. Desabo… Prometo a todos esses pálidos romanos de hoje minhas vísceras ao final do processo. Prometo a todos a imolação. Prometo-lhes meu desespero, enfim. Levem meu fígado, canibais insensatos. Mas não me rendo: sou Aníbal!
Bem-vindo ao Império da mediocridade!
Obrigado![risos]