A agonia do Papa é um clichê já pronto. É a igreja católica personificada. Há quem acredite no poder do qual ele está investido, jogando-lhe flores e gritando histericamente quando faz suas aparições — agora acompanhadas de resmungos indecifráveis — em uma janela qualquer do Vaticano. Toda vez que os fiéis manifestam sua piedade pelo polonês, encho-me de serena repugnância. Por quanto tempo durarão os mitos? Por que a fé é tão piegas? Não vejo em João Paulo II mais do que um homem de idade à beira da morte, um fiapo de consciência que não mais se comunica. Certamente já está no céu. No seu (só dele) céu.