Somente pela linguagem é que a linguagem se institui. O poder de uma palavra ou de uma frase é amplo e acata diversos sentidos. Vulgarmente, as palavras não expressam mais do que a imediatidade do mundo ôntico. Somente aqueles que trabalham com a linguagem sob o crivo hermenêutico é que de fato partem para o ontológico. Uma das grandes saídas para compreender mais profundamente o que se diz é, paradoxalmente, optar pelo silêncio. Começa por cortar vínculos com o mundo publicitário em que vivemos e com a já velha e esclerosada televisão. Os jornais e revistas resistem mais: há o receio de que percamos novidades quase sempre repetidas. Mas o mais difícil mesmo é abdicar do liquidificador da Internet.