Por que escrever na Internet?

Nem todas as pessoas que escrevem em meio eletrônico são modernas, ou melhor, pós-modernas (leia-se “confusas e egocêntricas”) o bastante a ponto de transformarem a Internet em jogo efêmero e tolo de citações (quase sempre auto-encomiásticas) dignas de adolescentes débeis. Não se sentem tais pessoas, tampouco, obrigadas a atualizar, todo dia e a qualquer hora, impressões desimportantes sobre a beleza de seus umbigos, a nobreza de suas virtudes e, digamos, o comportamento de seus cachorros. Escrever demanda um certo tempo  tempo que os chamados “blogueiros” quase sempre ignoram, pois querem tudo em um agora que lhes mate a  angústia (angústia de que tanto precisam e não sabem…). O que você lê aqui, prezado leitor, não é um “blog” no sentido estúpido costumeiramente aplicado ao termo. São textos rápidos, sim, feitos “de uma tacada só”,  e polidos em mais duas ou três, quase sempre depois de algum pensar, faculdade que, felizmente, uma parcela da humanidade ainda usa. São textos que não carecem de alguma densidade, mas que não se pretendem científicos ou rigorosos. Ciência e rigor são substantivos reservados à Academia (ainda que esta não costume fazer bom uso deles). São, enfim, palavras que não se materializaram em papel  e que surgiram sob a forma eletrônica por uma espécie de elogio à individualidade e ao ócio (não confundir, por favor, com individualismo e conforto blasé).

Um abraço a todos
Vinicius
Este texto deriva de “A angústia como biscoito fino na dieta dos criadores de blogs”, que escrevi em 20/11/2005.
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