Série “recauchutagem” (3): Não à “arte” das instalações

 

Aí está um quadro relativamente moderno (de Bochner). Nada de rabiscos abstratos. Somente escolha de cores em palavras, quase todas, abstratas. É claro que há um certo ranço adolescente nessa rebeldia toda, mas antes o vazio do que o preenchimento do tempo pelo consumo inerente à senilidade da idade adulta. A arte, por não servir à utilidade prática nenhuma, está condenada a exercícios masturbatórios de muita gente que não tem o que fazer com seu tédio e gordas contas bancárias, passando a realizar “instalações” com cacarecos herdados do papai e da vovó. Este quadro bem que poderia ser o ponto final para quem pensa que fazer arte é a mesma coisa que brincar de passar roupa.  

Texto escrito em 31/3/2005
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2 Responses to Série “recauchutagem” (3): Não à “arte” das instalações

  1. Ou brincar de Deus. Assisti ontem a uma entrevista com um cara (tentei fixar o nome, mas não consegui) que quer enveredar pela arte genética produzindo um cachorro/gato/coelho verde. Na cabeça doida dele, uma remodelagem estética do bicho.

    Estamos nós bem-vindos (ou bem vindos? Essa reforma me mata!) a 2010!

  2. Avatar de Vinicius Vinicius disse:

    Há tempo sobrando para tudo, pelo jeito… O ser humano sabe ser enfadonho e tolo, sem dúvida. É nossa especialidade.
    Fico com o “bem-vindos” (pelo menos até 31/12/2012 será aceito. Depois, não sei). Aliás, acho que jamais escreverei pelas novas regras.
    Abraço,
    Vinicius

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