Em tempos de globalização e pensamento único, nada como voltar a Tchekhov e seu magistral conto “Uma história enfadonha”. Lá estão os motivos que fazem com que o intelectual às vezes canse da vida em casa, da vida em sociedade e, em especial, da vida na Universidade. Não se trata de misantropia, mas de cansaço. Olha-se para o mundo (ou para a sociedade) pela lente do jornal e todos os dias lá estão os mesmos idiotas com o poder na mão, a mesma ideologia que tudo transforma em mercadoria, a pregação de que tudo se resolverá se o Mercado for mais forte, etc. Olha-se para a Universidade e lá estão os arautos do capital, vendendo diplomas sem escrúpulo. Acho que tenho sorte por olhar para o lado quando acordo e não ver a mulher gorda e cheia de lamúrias do conto do escritor russo. A vida é bela.
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Caelum non animum mutant, qui trans mare currunt. (“Muda de ares, mas não de espírito, quem percorre os mares.”) [Horácio, em tradução livre minha.]
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Li e reli esse conto umas 5 vezes. É realmente magistral. Mas acho que o tema central gira mais em torno da morte e sua proximidade que propriamente do tédio. É a aproximação da morte que retira o sentido das coisas comuns e torna tudo penoso e aborrecido. Só conheço uma obra a tratar deste tema com a mesma sensibilidade e objetividade: “A Morte de Ivan Ilitch”, de Tolstói.
Luiz, como faz quase dez anos que não leio o conto, sinto-me pouco à vontade para responder a seu comentário com a precisão e o respeito devidos. Contudo, não é bem de tédio que eu falava no meu modesto texto, mas da repulsa ao meio circundante. Sobre a morte propriamente dita, concordo com você: a obra citada é de fato grandiosa, ainda mais quando acompanhada daquela outra, como sói acontecer nas edições brasileiras, intitulada, salvo engano, “Senhores e servos”. Tenho duas edições aqui em casa…
Saudações,
Vinicius